Mais um caso em que o alicerce do capitalismo é ultrajado pelo corporativismo.
O Capitalismo deu certo não porque ele é baseado no dinheiro, mas na confiança, e o Estado apenas deveria arbitrar o equilíbrio nessa relação de confiança, em que trocamos o que temos disponível pelo que achamos necessário, seja sua força de trabalho ou intelecto por um valor pré estabelecido em acordo ou a safra do produtor rural pelo valor de mercado; quando o Estado democrático de direito falha nessa incumbência de arbitrar, por meio do poder de polícia, fiscalizando por exemplo, nós "consumimos carne podre", apenas um exemplo entre muitos em que as relações são afetadas por interesses ilegítimos!
Diretores e donos das empresas estariam envolvidos nas fraudes, que contavam com a participação de servidores públicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; gravações telefônicas obtidas pela Polícia Federal mostram que vários frigoríficos do país vendiam carne vencida tanto no mercado nacional, quanto para exportação. O caso terá repercussão internacional e certamente atingirá o mercado produtor, justamente uma das "commondities" que vem sustentando, junto com outras do setor agrícola, a balança comercia favorável nos últimos anos, e no fim o produtor que cumpre todo emaranhado de exigências legais, pagará o pato; sem esquecer as milhares de pessoas que podem ter sido contaminadas por agentes patogênicos ou químico cancerígenos. Na realidade, a falha que propositou esse crime, vem do Estado, por meio de seus agentes que deveriam fazer a fiscalização desses produtos para garantir a saúde pública, e pagamos muito caro para que o Estado nos proteja, conforme pesquisa do instituto IBPT, o trabalhador paga coercitivamente o valor de cinco meses de sua renda anual em tributos.